Religioso
Igreja de São Miguel do Vimeiro
A Igreja, que foi construída em meados do Século XVI, era alpendrada, como refere o Dr.
Francisco Corrêa, Prior de São Miguel de Torres Vedras, pela nota que deixou após a visitação
efetuada a esta Igreja em 28 de Dezembro de 1637, onde se pode ler “Achei que nesta
igreja chovia e tem necessidade o alpendre de conserto, mando que o telhado da dita
Igreja se conserte de maneira que nele não chova e o alpendre também, sob a mesma
pena (de dois mil réis) ”.
No período de tempo que decorreu entre 1662 e 1670 e em que foi Pároco o Padre João
Álvares, a Igreja de S. Miguel sofreu profundas obras de restauro e ampliação, supondo-se que
tenha sido nesta altura que desapareceu o alpendre e foram colocadas novas cantarias na
porta principal, que são as que ali se encontram atualmente e que correspondem
arquitetonicamente à referida época.
Durante a Batalha do Vimeiro, o terceiro ataque francês culmina em confrontos à baioneta em
redor da igreja do qual resultou num incêndio. A recuperação total do edifício só viria a ter
lugar em 1942, por iniciativa do Padre José Ramos Pereira. Nestas obras foram acrescentadas
as naves laterais, aberto o falso trifório, remodeladas as fachadas e todo o espaço interior.
Estas obras modernizaram-na embora fossem destruídos alguns testemunhos do passado.
Atualmente tem três naves, separadas por arcos de volta perfeita de cantaria, sustentados por
colunas igualmente de pedra.
O teto é em abóbada de berço e o da capela-mor ornado de flores com inscrições retiradas do
Livro do Apocalipse.
O retábulo do altar – mor é em talha dourada, barroco, sendo as paredes da mesma capela
com lambril de azulejo século XVII, tipo tapete.
Os retábulos dos altares que encimam as naves laterais são em talha dourada, com motivos
barrocos do século XVII.
O coro alto está sobre a entrada principal. A fachada principal é de empena de bico,
interrompida na sua metade lateral do lado nascente onde se ergue a torre sineira de
construção posterior.
Os retábulos são setecentistas e em estilo joanino.
Igreja do Espírito Santo – Toledo
Este edifício foi até meados do século XIX a Capela dos Morgados de Toledo que a doou ao povo da aldeia, através do Patriarcado de Lisboa.
A Capela – mor é separada do corpo da Igreja por escadaria em pedra, sendo o altar-mor em granito, de traçado moderno.
Na parede de fundo da capela – mor está um retábulo do séc. XVIII, originário da Capela primitiva, com duas colunas salomónicas, pintadas a vermelho e ouro, com flores, enquadrando uma tela que representa a descida do Espírito Santo (Pentecostes) sobre Nossa Senhora e os Apóstolos, da mesma época.
O teto da Igreja é abobadado e no seu interior destacam-se as imagens de St.ª Ana e São Marcos.
A frontaria da Igreja é encimada por tímpano triangular, com cruz na empena.
A torre sineira está aposta do lado esquerdo, posterior à construção da Igreja.