História e Heráldica
A freguesia do Vimeiro desenvolve-se em torno de duas bacias, a margem direita do rio Alcabrichel e a ribeira de Toledo, afluente do primeiro.
O Vimeiro deve o seu nome às plantas da família das Salicáceas (vimes).
Do tempo da Mesolítico Inicial, ressalva a Jazida do Concheiro de Toledo, perto da ribeira de Toledo, afluente da margem direita do rio Alcabrichel e que dista 4 Km da costa atual. Este depósito/lixeira com restos de bivalves e moluscos de espécies litorais e estuarinas demonstra a exploração deste nicho pelos caçadores-recolectores.
Os mais antigos documentos históricos que aludem ao Vimeiro reportam a uma carta de foral, datada do séc. XII.
Em 1527, ainda parte integrante da Lourinhã e seu termo, há referência de 32 vizinhos (famílias) nos lugares do Vimeiro, Toledo e Casal de Tristão Esteves.
O aumento de população e a distância à igreja matriz de Nossa Senhora da Anunciação da Lourinhã levou ao aparecimento a partir de meados do século XVI da Paróquia de S.Miguel do Vimeiro. Os casais de S. Miguel, da Falda e da Gaga e as povoações de Toledo e Vimeiro constituíam a freguesia.
É parte integrante a localidade de Toledo, cujo nome é único no país e atribuído às aias Espanholas que acompanhavam a comitiva de D. Inês de Castro.
Em 1610 já havia 40 fogos representando um aumento de 25% da população e em 1736 a freguesia contava com 56 fogos, cerca de 252 habitantes.
Diz a tradição que esta terra cedo se tornou famosa, com visitas e hospedagem da Rainha Santa Isabel que vinha usufruir das águas termais, para seu bem-estar e saúde.
É na freguesia do Vimeiro que se dá o acontecimento histórico mais importante do concelho da Lourinhã e um dos mais significativos em Portugal e na Europa – A Batalha do Vimeiro. No dia 21 de Agosto de 1808, as forças anglo-lusas comandadas por Wellesley futuro Conde do Vimeiro- derrotaram as tropas napoleónicas, comandadas pelo General Junot, pondo fim à Primeira Invasão francesa na denominada Guerra Peninsular.
Nas grandiosas comemorações do Primeiro Centenário da Batalha do Vimeiro, foi erigido um obelisco evocativo, sobre o patrocínio do último Rei de Portugal, El Rei D. Manuel II, que à data presidiu às comemorações e à inauguração do mesmo na sua primeira visita oficial.
O obelisco comemorativo foi classificado Imóvel de Interesse Público em 1982.
Nas comemorações do Bicentenário, foi inaugurado o Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro, dotado de dois espaços expositivos, biblioteca e anfiteatro multiusos. Nos terrenos contíguos são executadas reconstituições históricas da Batalha.
A toponímia local está repleta de influências da Batalha, bem como os nomes atribuídos aos prédios rústicos nas mais antigas matrizes cadastrais.
azul, carregada de flores de lis de ouro, uma em chefe e duas em faixa e de três rosas de vermelho folhadas de ouro, duas em chefe e uma em ponta. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas: “VIMEIRO – LOURINHÔ.
Bandeira:De amarelo. Cordão e borlas de ouro e de vermelho. Haste e lança de ouro.
Selo: Nos termos da Lei, com a legenda: “Junta de Freguesia de Vimeiro – Lourinhã”
Símbolos
Granadas: Simbolizam a batalha travada na povoação entre as tropas Anglo-Lusas e francesas em 21 de Agosto de 1808.
Flores de lis: Simbolizam os colonos francos que povoaram a freguesia.
Rosa: Recordam a estada na povoação do vimeiro da Rainha Santa Isabel, sendo as rosas atributo da bondade daquela rainha.
• Parecer favorável da Associação dos Arqueólogos Portugueses a 31 de Janeiro de 1996
• Publicado em Diário da República n.º 151, III Série, de 2 de Julho de 1996